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quarta-feira, 1 de setembro de 2010





contra cultura


Rapunzel, Curupira, Branca de Neve, Boitatá, Saci Pererê, João e Maria. Durante séculos, essas lendas, além de inúmeras crendices e costumes, foram transmitidas oralmente e ganharam novas versões de geração para geração, de cultura para cultura, para formar um amplo repertório do saber popular ao redor do mundo. Em determinados momentos, muito do que fazia parte da tradição oral ganhou versões literárias, como as dos Irmãos Grimm para Branca de Neve, Cinderela e João e Maria, ou as de Monteiro Lobato para o Saci e a Mula-sem-cabeça. Para identificar e estudar essas manifestações das culturas populares, surgiu no século 19 uma nova terminologia e um novo campo do conhecimento: o folclore.


O Curupira, um dos mitos mais antigos do folclore brasileiro










Foi o britânico William John Thoms quem sugeriu em 1846 que uma nova palavra fosse adotada para se referir a essas tradições populares, a partir da junção dos termos em inglês folk (povo) mais lore (saber). A idéia pegou e o termo folclore passou ao mesmo tempo a designar o conjunto das manifestações da cultura popular e a ser um campo de estudos dessas manifestações.






Mas a visão que o folclore e os folcloristas têm das culturas populares é alvo de críticas de pesquisadores que se debruçam sobre o assunto. Segundo eles, o principal problema é que os estudos folclóricos registram e “imortalizam” as manifestações populares em uma forma fixa, quando essas manifestações são naturalmente dinâmicas e mutantes. Enquanto transmitidas oralmente de geração para geração através da memória popular, que não é exata e está constantemente sujeita a diversas influências, as lendas, crendices, brincadeiras, festas e costumes ganham variações, adaptações e são modificadas freqüentemente. Ao registrarem essas manifestações orais em livros e filmes, os estudos folclóricos tendem a criar um estereótipo delas e a caracterizar a cultura popular como algo imutável e conservador.autora izaqueelem lopes


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